O Blog da BVPS recomenda o livro Campos das ciências sociais: figuras do mosaico das pesquisas no Brasil e em Portugal, de Rita de Cássia Fazzi e Jair Araújo de Lima (orgs.). Publicado pela Editora Vozes, a obra conta com 42 capítulos, todos eles escritos por especialistas, que oferecem um amplo panorama das ciências sociais no Brasil e em Portugal e interessam tanto aos pesquisadores das muitas áreas destacadas quanto ao público geral. Trata-se, como sublinham os organizadores na “Apresentação” que abre o volume, de um importante exercício de reflexividade tanto da grande área das ciências sociais quanto de suas especialidades. O livro é dividido em 5 seções: “Epistemologia, teoria social, metateoria”, “Campos recorrentes”, “Campos emergentes”, “Teoria política e democracia” e “Questões metodológicas”.
Da área de Pensamento Social, destacamos o artigo “Intelectuais, cultura e poder: uma agenda brasileira de pesquisa”, de Antonio Brasil Jr. (UFRJ), que trabalha a emergência da agenda de pesquisas que aborda a análise das ideias como forças sociais reflexivas. Além de trazer um panorama da discussão sobre cultura nas ciências sociais brasileiras, o artigo analisa de forma mais detalhada três livros lançados recentemente e de impacto importante na área: Médicos intérpretes do Brasil (2015), organizado por Gilberto Hochman e Nísia Trindade Lima; Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro (1868-1888) (2015), de Angela Alonso; e Lima Barreto: triste visionário (2017), de Lilia Moritz Schwarcz.
Abaixo trazemos uma pequena apresentação do livro.
A presente obra é constituída por contribuições de um expressivo conjunto de pesquisadores da área de ciências sociais no Brasil, e alguns portugueses, com grande variação de carreiras, umas já amadurecidas, outras iniciando, com grande variedade regional e de vínculos institucionais e, sobretudo, com grande variedade temática, cobrindo campos consolidados e emergentes.
Distintamente de um conjunto que represente o mainstream das ciências sociais no Brasil, os autores se depararam com traços das figuras que compõem um mosaico mais amplo, com a incorporação de novos lugares, novos temas e novos modos de pensar as ciências sociais.
O amplo material está estruturado em cinco blocos. No primeiro, estão os trabalhos de discussão da teoria e correlatos. No segundo, os trabalhos que compõem a agenda das ciências sociais há mais tempo. No terceiro bloco, os trabalhos que mais recentemente têm ocupado a agenda dos cientistas sociais, sendo esse “recentemente” relativo. No quarto bloco, os trabalhos que se convencionam colocar no campo da ciência política, e no quinto bloco, os trabalhos que tratam de questões metodológicas.
A grande abertura que o formato do projeto dessa coletânea produziu teve o efeito de revelar as dimensões e as perspectivas, não de modo exaustivo, mas abrangente, das pesquisas sociais que se realizam e se divulgam (nos cursos de graduação e pós-graduação, além das publicações) no Brasil. A coletânea representa mais um passo no exercício da reflexividade no campo das ciências sociais, o que os organizadores acreditam ser algo salutar e necessário ao avanço do conhecimento nesse campo.